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Americano escapa de exclusão, mas terá que pagar multa; Procuradoria irá recorrer da decisão



O Americano não corre riscos de sair do Triangular Final do Campeonato Carioca da Série B. Em julgamento realizado nesta tarde, 8, o Alvinegro foi condenado a pagar R$ 102.357,00 pelo áudio vazado de seu diretor cultural, Guito Wagner, mas segue na competição. A multa aplicada ao Cano foi concedida de forma unânime, por 5 votos a 0.

O caso começou com uma suposta manipulação do Alvinegro para tirar o Itaboraí do Triangular Final. Para isso, a equipe não poderia conquistar a Taça Corcovada, pois, mesmo assim, estaria na briga pelo acesso como melhor pontuado. Na decisão, o Cano foi derrotado pelo Campos Atlético e abortou as chances da Águia da Região Metropolitana. Com isso, a Procuradoria acionou o TJD-RJ pedindo a exclusão do Cano. Logo, a final do segundo turno foi suspensa até que o caso fosse julgado. Contudo, com o veredito, o turno final está confirmado com Nova Iguaçu, Campos e Americano.

Procuradoria defende exclusão do Alvinegro

No julgamento, a procuradora Caroline Nogueira manteve a denuncia contra o Americano. Ela também defendeu a exclusão do clube na Segunda Divisão.

– O fato é que a procuradoria fez a denuncia galgada num áudio recebido, em que gerou também o inquérito. Nesse inquérito, foram ouvidos pessoas do clube denunciado, o Americano.

Ele faz parte do processo. Então, gostaria que os auditores, na hora dos votos, considerassem e tivessem em mente que trata-se de um caso bastante atípico e que algumas incoerências me fizeram entender que a denuncia está efetivamente de acordo com a punição que clube recebe

– disse a procuradora, que completou:

– Apenas três atletas ditos titulares participaram do jogo da final. Até por conta da gravidade da situação que exige, inclusive, a aplicação do regramento Fifa, peço aos ilustres auditores que não deixem de condenar uma pena severa à este clube. A manipulação de resultados é algo muito desprezível no esporte, porque quando se tem resultados que sejam sabidos, deixa de ser esporte. O esporte tem que ter resultado imprevisível. Neste caso concreto, acredito que o clube deva ser punido com a exclusão da competição, conforme o embasamento da nossa denúncia. E que sirva de exemplo para que fatos como esse não voltem a acontecer no futebol carioca – afirmou Caroline Nogueira.

Defesa: ‘O Americano vai pagar por algo que não fez?’

O Dr. Teotônio Chermont, advogado de defesa, destacou o fato do Americano ter um elenco grande durante toda competição. Em sua fala, ele frisou que não tem como definir quem é titular ou não.

– Pegaram um áudio voando. Fraude é crime! Qual é a prova que existe nos áudios que o clube perdeu de propósito? O empregador pode gerir os seus empregados desde que não agrida a lei. O Americano tem um plantel de 29 a 31 atletas. Não dar para o atleta ser contratado e carregar a definição de titular ou reserva. O plantel está ali para substituir em questões estratégicas de determinados treinadores, seja para poupar atletas seja tirar aqueles que estão em desgaste ou contusão – salientou. Chermont continuou:

– Existe caso de manipulação? Quem foram os envolvidos? Se foram, deveriam ser denunciados. O senhor Guito não foi denunciado. […] Estão criando uma celeuma por conta de absolutamente nada. Não posso aceitar que um clube seja condenado com a exclusão de um campeonato. Estarão jogando por terra o trabalho de todo grupo de pessoas honestas, que vem fazendo um trabalho sério e sem qualquer prova que possa desaboná-los. […] Não tem aqui qualquer prova que houve manipulação. Isso é um crime. O Americano vai pagar por algo que não fez? Apenas houve uma derrota, que faz parte do futebol. […] O clube escalou reservas por falta de condições, foi comprovado. Isso não significa manipulação de resultados – argumentou o advogado de defesa.

Advogado do Itaboraí: ‘Há uma prova da manipulação’

Por sua vez, Michel Asseff Filho, advogado do terceiro interessado, citou partes do áudio e alegou que houve a manipulação para a tirar o Itaboraí do Triangular Final. Asseff afirmou que há uma relação entre o autor do áudio e o Americano para o caso.

– Não sei o que mais é necessário para se provar uma manipulação. O áudio é muito grave, demostra que o diretor (Guito Wagner) tem uma relação com o clube. Até porque é nomeado pelo presidente. Tem uma relação com o clube, com que faz ele se dirigir à torcedores para justificar a atitude que o Americano estava pensando em tomar, ou que iria tomar. É muito claro. Só não enxerga quem não quer. […] O Itaboraí foi vítima direta porque foi citado no áudio: “Vamos deixar o Itaboraí de fora, vamos ser uma torcida inteligente. Peço a compreensão dos senhores”. O que mais é preciso? Quem falou foi um diretor do clube. Ele responde pelo clube. […] Há uma prova da manipulação. Agora, como que a gente poderia provar mais a manipulação? A não ser se a polícia tivesse metido-se no meio desde antes, fazendo escuta telefônica e monitorando – sintetizou.

Michel Asseff seguiu a sua fala dando exemplo da última partida do Americano na fase classificatória da Taça Corcovado, na vitória por 2 a 1 sobre o Goytacaz. Segundo ele, houve a intenção em jogar a final com reservas para perder e eliminar o ADI.

– Bastava o áudio, mas veio a concretização. Vamos ao conjunto de indícios que leva para prova: contra o Gaytacaz, joga com força total para chegar à fase final; quando vai disputar com o Campos, os artilheiros não jogaram para conquistar o ponto que poderia ser levado para o Triangular. Estão justificando o quê? O que está contido no áudio. […] Todos os clubes foram vítimas de uma situação dessa – falou Michel Asseff.

Logo depois, o pleno do TJD votou. O relator Leandro Rocha de Almeida foi quem abriu votação, isentado o Americano da exclusão, mas aplicando a multa de CHF 30 mil (fracos suíços), equivalente a R$ 102.357,00 segundo o Banco Central. Depois, quatro juízes seguiram o voto da relatoria. Ainda cabe recurso de ambas as partes.

Fonte: Super Gol

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